Tabula Rasa

Maio 16 2009

Faz 50 Anos, o Cristo-rei de Almada.
Foi inspirado na estátua de Cristo Redentor, existente no Rio de Janeiro, no Brasil, por força da visita, em 1934, do Cardeal Patriarca de Lisboa de então, Dom Manuel Gonçalves Cerejeira. No ano de 1936, transmitiu esta ideia ao Movimento do Apostolado da Oração, com uma recepção entusiástica. Seguiu-se a sensibilização de todos os bispos do país, tendo sido obtida a proclamação oficial do desígnio no ano seguinte, na Pastoral Colectiva da Quaresma.
O monumento a Cristo-Rei foi também edificado em cumprimento de um voto formulado pelo Episcopado Português reunido em Fátima a 20 de Abril de 1940, pedindo a Deus que livrasse Portugal de participar na Segunda Guerra Mundial.
A primeira pedra da construção do monumento foi lançada em 18 de Dezembro de 1949, após o fim da guerra. Foi inaugurado a 17 de Maio de 1959, dia de Pentecostes, na presença dos cardeais do Rio de Janeiro, de Lourenço Marques e de cerca de 300 mil pessoas, entre autoridades oficiais e cidadãos anónimos. Nessa ocasião, esteve também presente a imagem original de Nossa Senhora de Fátima e foi feita a consagração de Portugal aos Sagrados Corações de Jesus e de Maria.
Tal como há 50 anos, também hoje as cerimónias contarão com a presença da imagem original de Nossa Senhora de Fátima.
Fonte: Wikipédia
publicado por Cristina às 01:51

Abril 26 2009

NUN`ÁLVARES PEREIRA

Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.

Mas que espada é, que erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.
`Sperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!


Fernando Pessoa.
In Mensagem

publicado por Cristina às 09:37
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Abril 26 2009

Nuno Álvares Pereira nasceu nos Paços do Bonjardim, na vila de Cernache do Bonjardim, concelho da Sertã, mas há também historiadores que defendem que ele nasceu em Flor da Rosa, concelho do Crato. É um dos 26 filhos conhecidos do prior do Crato, D. Álvaro Gonçalves Pereira e de Iria Gonçalves do Carvalhal (Alentejo).

Casou com Leonor de Alvim a 1377 em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja.

Quando o rei Fernando de Portugal morreu em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa Beatriz casada com o rei João I de Castela, Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões de João, o Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de Pedro I de Portugal, João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos. Depois da primeira vitória de Álvares Pereira frente aos castelhanos na batalha dos Atoleiros em Abril de 1384, João de Avis nomeia-o Condestável de Portugal e Conde de Ourém.

A 6 de Abril de 1385, João é reconhecido pelas cortes reunidas em Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeia uma resposta à altura em Castela. João de Castela invade Portugal com vista a proteger os interesses de sua mulher Beatriz. Álvares Pereira toma o controlo da situação no terreno e inicia uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país.

A 14 de Agosto, Álvares Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a batalha de Aljubarrota à frente de um pequeno exército de 6000 portugueses e aliados ingleses, contra as 30 000 tropas castelhanas. A batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, Nuno Álvares Pereira permaneceu como condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de João de Castela, dedicou-se a realizar raides contra a fronteira de Castela, com o objectivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques.

Do seu casamento com Leonor de Alvim, o Condestável teve 3 filhos, mas apenas uma filha teve descendência, Beatriz Pereira de Alvim, que se tornou mulher de Afonso, o primeiro Duque de Bragança, dando origem à Casa de Bragança, que viria a reinar três séculos mais tarde.

Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do Carmo, que fundara como cumprimento de um voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria. Aí permanece até à morte, ocorrida em 1 de Novembro de 1431, com 71 anos.

Durante o seu último ano de vida, o Rei D. João I fez-lhe uma visita no Carmo. D. João sempre considerou que fora Nuno Álvares Pereira o seu mais próximo amigo, que o colocara no trono e salvara a independência de Portugal.

O túmulo de Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755. O seu epitáfio era: "Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo."

Nuno Álvares Pereira foi beatificado em 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV. O seu dia festivo é 6 de Novembro. O processo de canonização foi iniciado em 1940, tendo sido interrompido posteriormente. Em 2004 foi reiniciado. No Consistório de 21 de Fevereiro de 2009, o Papa Bento XVI anunciou para hoje a canonização do Beato Nuno de Santa Maria.

Fonte:Wikipédia

publicado por Cristina às 09:00
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Abril 12 2009

 

Nova adenda:

Para mais fotos sobre a Páscoa em Castelo de Vide sugiro uma visita ao blog Ana Sã

ADENDA

Este post, originou alguns comentários de pessoas que não conheço. Viticastrenses que, como poderão ver, só vêm confirmar o que eu havia dito sobre eles, quer quanto à simpatia, quer quanto à forma como me tratam.

Não posso, por isso, deixar de sugerir a visita a alguns blogs de alguma forma relacionados com Castelo de Vide:

Nunca um morto baliu, padeiria da mari julha e o andarilho.

Destes, e para quem quiser ver fotografias e relatos, a sério, da Páscoa em Castelo de vide deixo os links dos respectivos posts:

A benção dos borregos, a recriação do mercado tradicional, a Celebração da Aleluia e Chocalhada, a procissão da Ressurreição (todos do andarilho). E uma apresentação sobre as colchas nas varandas para a passagem da procissão (na padeiria da mari julha).

Mais uma vez, obrigada.

 

Há algumas semanas falei, se bem que de forma muito sumária, da minha última grande paixão: Castelo de Vide. Hoje volto ao tema, e desta vez com um sentimento (ainda) mais forte. O fim-de-semana foi absolutamente inesquecível!
Considero os portugueses, em geral, como gente simpática e muito hospitaleira. No entanto, existe uma “sub-espécie” absolutamente única: os Castelo Videnses. Confesso que, no início, ainda pus a hipótese de ser sorte minha a de só encontrar pessoas extremamente simpáticas, por pura coincidência…hoje sei que não, que são mesmo pessoas únicas. E os que assim não forem serão, com toda a certeza, raríssimas excepções.
Desde os funcionários do hotel que me receberam como se já fosse cliente de há anos, passando pelos cafés, bares e restaurantes, a atenção e amabilidade foram uma constante, aliados a uma simpatia e a um cuidado, absolutamente únicos.
Foi a quinta vez que estive em Castelo de Vide e já tenho amigos com quem me relaciono como se os conhecesse há anos. Sou recebida nas casas deles com honras a que não estou habituada e que não posso retribuir.
Os dias foram passados de casa em casa intercalando almoços e jantares, com festividades da Páscoa…e que Páscoa!
Confesso que as celebrações da Páscoa em Castelo de Vide, foram das experiências mais intensas em que participei, no domínio religioso. Aqui, a Páscoa consegue reunir em três dias tradições judaicas, cristãs, pagãs e civis.
Mesmo que tentasse fazer a descrição de tudo não conseguia, por isso, limito-me a salientar os momentos mais marcantes.

No Sábado, logo pela manhã é feita a bênção dos borregos, em frente da Igreja Matriz e pelo Sr. Padre, reminiscências judaicas e bem ao jeito das actuais cerimónias de purificação da carne feitas pelos Judeus (kosher).

No final da tarde, foi inaugurado o Núcleo Museológico da Sinagoga. Um belo edifício muitíssimo bem recuperado, com um projecto da Arquitecta Susana Bicho. Na sinagoga destaco duas coisas imperdíveis: a sala memorial, um espaço muito bem conseguido, com uma carga simbólica enorme, uma sala vazia, em que as paredes contém os nomes das famílias de Judeus vitimas da Inquisição, e o chão do piso inferior – todo em vidro -, de modo a permitir a visão de dois silos de dimensões absolutamente únicas!

À noite, a celebração da Aleluia, com aquele que foi, para mim, o momento mais intenso das celebrações. A missa é uma celebração comum do Sábado de Aleluia, com a Igreja Matriz apinhada de gente e com uns milhares de pessoas de todas as idades no largo exterior à Igreja a aguardar pelo final da missa. No final, mal o Sr. Padre profere as palavras de Aleluia, perto das 23.00h, a igreja inteira, bem como as pessoas todas que estão no exterior, irrompem numa explosão de alegria em que todos abanam um chocalho, que até ali estivera escondido, dando origem à “Chocalhada”.
O momento é único e absolutamente indescritível, velhos, novos, crianças, todos, mesmo todos têm um chocalho na mão que abanam com intensidade e alegria. Além de único, o momento é forte…, muito forte…que o digam os mais próximos a quem telefonei inopinadamente, só para partilhar um momento que sei que iriam gostar. E ali fiquei, um bom bocado, com emoções não contidas, lágrimas a escorrer pela cara abaixo e um sorriso apatetado na cara. Depois, foi divertimento noite fora, a seguir a banda, sempre a chocalhar, pelas ruas!
Hoje, pela manhã, outro momento único: a Procissão da Ressurreição. Desengane-se quem pensa que este é mais um acto religioso. Nada disso. Esta é uma procissão organizada pelos representantes do Município, presidida pelo Presidente da Câmara em que a Igreja é apenas mais um convidado. Especial, é certo, mas apenas mais um.
Em frente aos Paços do Concelho é feita a recepção pelos representantes do Município às entidades civis (com representantes de todas as instituições, colectividades, associações, hotéis e demais grupos que estejam organizados em comunidade), e militares, com a fanfarra e o corpo dos bombeiros em parada.

 

De seguida, já em procissão, contornam a Igreja Matriz e entram pela porta principal, indo ao interior convidar as entidades religiosas a participarem na procissão. Prosseguem depois, numa procissão com centenas de pessoas e que se estende por quase 1 km. Depois de percorrerem as principais ruas, voltam a entrar na Igreja Matriz, para a missa de Páscoa. Uma missa solene, este ano abrilhantada pelo magnífico coro de Castelo Branco (mesmo muito bom!).
Tenho de reconhecer que foram as cerimónias pascais de que mais gostei até hoje (e isto dito por quem viveu em Braga mais de 10 anos!!!). Gostei, sobretudo pela diferença, pela espontaneidade das cerimónias. Pelo facto de serem vividas por todos, sem excepção. Por perceber que são uma forma de união e de identificação das gentes de Castelo de Vide e, principalmente por não se ter transformado numa festa “pimba”! Apesar de tudo, faltou-me uma coisa…beijar o compasso, algo que, por estas bandas, ninguém ouviu falar. Mas, amanhã resolvo isso, porque em Esposende, o compasso também passa na Segunda-feira e eu, tenho de voltar à rotina.
Obrigada aos meus queridos amigos por me terem proporcionado esta experiência única. Na próxima Páscoa voltarei, com toda a certeza!

 


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