Tabula Rasa

Outubro 01 2009

publicado por Cristina às 13:03

Julho 08 2009

A minha Prima Guida, do Blog Refeitório da Alma, a artista da família, está, pela primeira vez, a expor " em casa"!

Por isso, até ao dia 28 deste mês, a visita à sua "CATARSE" é, mais um, bom motivo para dar um passeio até Esposende.

Não percam!

Parabéns, prima!


Junho 23 2009

“Profundamente abalado pela morte da mulher, Dordalma, aquela que era ‘um bocadinho mulata’, Silvestre Vitalício afasta-se da cidade e do mundo. Com os dois filhos Mwanito e Ntumzi, mais o criado ex-militar Zacarias Kalash, faz-se transportar pelo cunhado Aproximado para o lugar mais remoto e inalcançável.
Aí, numa velha coutada de caça em ruínas, funda o seu refúgio, a que dá o nome de Jesusalém, porque a vida é demasiado preciosa para ser esbanjada num mundo desencantado”.

Foi lançado ontem! Vou rapidamente à FNAC...

publicado por Cristina às 13:18

Maio 27 2009

Acreditava naquela história 

do homem que nunca chora.

 

Eu julgava-me um homem.

 

Na adolescência

meus filmes de aventuras

punham-me muito longe de ser cobarde

na arrogante criancice do herói de ferro.

 

Agora tremo.

E agora choro.

 

Como um homem treme.

Como chora um homem!

 

"Um homem nunca chora", António Craveirinha

 

 

publicado por Cristina às 11:34

Abril 22 2009

 

É sempre estranha a sensação com que fico quando assisto aos diferentes episódios da série documental "Os Anos da Guerra". Se, por um lado, o gosto por documentários históricos em geral, e pela Guerra de África em particular, me fazem colocar lembretes no telemóvel para não me esquecer do dia em que passa na TV (a idade já não perdoa...), por outro o desconforto é constante.

Por muito que tente, não consigo ficar indiferente ao facto (absolutamente extraordinário) de ser simultaneamente personagem, interprete e espectadora deste programa. Não consigo, também, deixar de pensar no que seria hoje a minha vida se não tivesse havido esta Guerra.

Interrogo-me, ainda, se não será demasiado cedo para se fazer um documentário desta natureza. Será que já se pode falar em distanciamento histórico/temporal face aos acontecimentos relatados? Quando vejo, ao meu lado, olhos marejados fico com a certeza da precipitação...

 

A este propósito "roubei" no blog Arca de Ternura um poema particularmente tocante:

 

"Regressei à minha terra

vindo de Alcácer-Kibir.
Trouxe a memória da guerra

nesta forma de sentir
a morte por todo o lado
uivando como um coiote.


Trago a memória da morte
no sonho despedaçado.

 

Trouxe a memória dos gritos
dos corpos semi-desfeitos,
trago a memória dos mitos
de orgulhos e preconceitos.


Trouxe nos olhos poentes
e horizontes esfumados
dos jovens ludibriados
por mentiras indecentes.

 

Trouxe comigo a derrota,
a mentira, a cobardia
e a miséria que suporta
um resquício de agonia.


Trouxe a mágoa reflectida
no rosto de uma mulher
que já não sabe o que quer:
— se quer a morte ou a vida.

 

Trago a saudade no peito,
trago uma esperança adiada,
trago esta forma sem jeito
de saudar a madrugada
no filho que irá nascer
e nos teus braços dormir,
no cravo que hás-de parir
quando a Paz reverdecer.

 

Não veio comigo o Rei.
Em Alcácer nunca o vi
e no tempo em que lutei
nunca ao meu lado o senti.

 

Estava longe, parece,
longe de mim, da Verdade.


Longe de mim, na Cidade
o Rei jaz morto e apodrece.

 

Vendo bem, não trouxe nada
do muito que então levei.

Trouxe a memória pesada
da vergonha que encontrei
e que regressa comigo:
— o povo que conheci
e contra o qual me bati
não era um povo inimigo!"

 

FERNANDO PEIXOTO
 


Abril 12 2009

 

Nova adenda:

Para mais fotos sobre a Páscoa em Castelo de Vide sugiro uma visita ao blog Ana Sã

ADENDA

Este post, originou alguns comentários de pessoas que não conheço. Viticastrenses que, como poderão ver, só vêm confirmar o que eu havia dito sobre eles, quer quanto à simpatia, quer quanto à forma como me tratam.

Não posso, por isso, deixar de sugerir a visita a alguns blogs de alguma forma relacionados com Castelo de Vide:

Nunca um morto baliu, padeiria da mari julha e o andarilho.

Destes, e para quem quiser ver fotografias e relatos, a sério, da Páscoa em Castelo de vide deixo os links dos respectivos posts:

A benção dos borregos, a recriação do mercado tradicional, a Celebração da Aleluia e Chocalhada, a procissão da Ressurreição (todos do andarilho). E uma apresentação sobre as colchas nas varandas para a passagem da procissão (na padeiria da mari julha).

Mais uma vez, obrigada.

 

Há algumas semanas falei, se bem que de forma muito sumária, da minha última grande paixão: Castelo de Vide. Hoje volto ao tema, e desta vez com um sentimento (ainda) mais forte. O fim-de-semana foi absolutamente inesquecível!
Considero os portugueses, em geral, como gente simpática e muito hospitaleira. No entanto, existe uma “sub-espécie” absolutamente única: os Castelo Videnses. Confesso que, no início, ainda pus a hipótese de ser sorte minha a de só encontrar pessoas extremamente simpáticas, por pura coincidência…hoje sei que não, que são mesmo pessoas únicas. E os que assim não forem serão, com toda a certeza, raríssimas excepções.
Desde os funcionários do hotel que me receberam como se já fosse cliente de há anos, passando pelos cafés, bares e restaurantes, a atenção e amabilidade foram uma constante, aliados a uma simpatia e a um cuidado, absolutamente únicos.
Foi a quinta vez que estive em Castelo de Vide e já tenho amigos com quem me relaciono como se os conhecesse há anos. Sou recebida nas casas deles com honras a que não estou habituada e que não posso retribuir.
Os dias foram passados de casa em casa intercalando almoços e jantares, com festividades da Páscoa…e que Páscoa!
Confesso que as celebrações da Páscoa em Castelo de Vide, foram das experiências mais intensas em que participei, no domínio religioso. Aqui, a Páscoa consegue reunir em três dias tradições judaicas, cristãs, pagãs e civis.
Mesmo que tentasse fazer a descrição de tudo não conseguia, por isso, limito-me a salientar os momentos mais marcantes.

No Sábado, logo pela manhã é feita a bênção dos borregos, em frente da Igreja Matriz e pelo Sr. Padre, reminiscências judaicas e bem ao jeito das actuais cerimónias de purificação da carne feitas pelos Judeus (kosher).

No final da tarde, foi inaugurado o Núcleo Museológico da Sinagoga. Um belo edifício muitíssimo bem recuperado, com um projecto da Arquitecta Susana Bicho. Na sinagoga destaco duas coisas imperdíveis: a sala memorial, um espaço muito bem conseguido, com uma carga simbólica enorme, uma sala vazia, em que as paredes contém os nomes das famílias de Judeus vitimas da Inquisição, e o chão do piso inferior – todo em vidro -, de modo a permitir a visão de dois silos de dimensões absolutamente únicas!

À noite, a celebração da Aleluia, com aquele que foi, para mim, o momento mais intenso das celebrações. A missa é uma celebração comum do Sábado de Aleluia, com a Igreja Matriz apinhada de gente e com uns milhares de pessoas de todas as idades no largo exterior à Igreja a aguardar pelo final da missa. No final, mal o Sr. Padre profere as palavras de Aleluia, perto das 23.00h, a igreja inteira, bem como as pessoas todas que estão no exterior, irrompem numa explosão de alegria em que todos abanam um chocalho, que até ali estivera escondido, dando origem à “Chocalhada”.
O momento é único e absolutamente indescritível, velhos, novos, crianças, todos, mesmo todos têm um chocalho na mão que abanam com intensidade e alegria. Além de único, o momento é forte…, muito forte…que o digam os mais próximos a quem telefonei inopinadamente, só para partilhar um momento que sei que iriam gostar. E ali fiquei, um bom bocado, com emoções não contidas, lágrimas a escorrer pela cara abaixo e um sorriso apatetado na cara. Depois, foi divertimento noite fora, a seguir a banda, sempre a chocalhar, pelas ruas!
Hoje, pela manhã, outro momento único: a Procissão da Ressurreição. Desengane-se quem pensa que este é mais um acto religioso. Nada disso. Esta é uma procissão organizada pelos representantes do Município, presidida pelo Presidente da Câmara em que a Igreja é apenas mais um convidado. Especial, é certo, mas apenas mais um.
Em frente aos Paços do Concelho é feita a recepção pelos representantes do Município às entidades civis (com representantes de todas as instituições, colectividades, associações, hotéis e demais grupos que estejam organizados em comunidade), e militares, com a fanfarra e o corpo dos bombeiros em parada.

 

De seguida, já em procissão, contornam a Igreja Matriz e entram pela porta principal, indo ao interior convidar as entidades religiosas a participarem na procissão. Prosseguem depois, numa procissão com centenas de pessoas e que se estende por quase 1 km. Depois de percorrerem as principais ruas, voltam a entrar na Igreja Matriz, para a missa de Páscoa. Uma missa solene, este ano abrilhantada pelo magnífico coro de Castelo Branco (mesmo muito bom!).
Tenho de reconhecer que foram as cerimónias pascais de que mais gostei até hoje (e isto dito por quem viveu em Braga mais de 10 anos!!!). Gostei, sobretudo pela diferença, pela espontaneidade das cerimónias. Pelo facto de serem vividas por todos, sem excepção. Por perceber que são uma forma de união e de identificação das gentes de Castelo de Vide e, principalmente por não se ter transformado numa festa “pimba”! Apesar de tudo, faltou-me uma coisa…beijar o compasso, algo que, por estas bandas, ninguém ouviu falar. Mas, amanhã resolvo isso, porque em Esposende, o compasso também passa na Segunda-feira e eu, tenho de voltar à rotina.
Obrigada aos meus queridos amigos por me terem proporcionado esta experiência única. Na próxima Páscoa voltarei, com toda a certeza!

 


Março 17 2009

Apesar de ser muito pouco dada a rotinas, existem coisas que gosto de fazer de forma repetida, nunca me cansando de as fazer, por muitas vezes que as faça. Por isso não as vejo como rotinas demolidoras, daquelas que, por serem feitas tantas vezes, desgastam, utilizando a expressão com um significado próximo de “hábito”. Assim, tenho por hábito fazer repetidamente determinadas coisas que gosto. Estas minhas rotinas prendem-se, essencialmente com o regresso a sítios de que gosto e com os quais estabeleço uma especial relação.
Este fim-de-semana foi, nesta acepção, um fim-de-semana de deliciosas rotinas.
Saí, já no final do dia rumo ao Alentejo. E, saída que é saída implica logo na sua génese, uma refeição num de dois restaurantes, dependendo a escolha, da hora de saída: ou paro no Pedro, na Mealhada (hábito que se iniciou logo na infância, com os meus Pais) ou, no Central, na Golegã (desde há cerca de 20 anos).
Desta vez, e como o destino final era o alto Alentejo, fui à Golegã. Confesso que é sempre com emoção que entro na Golegã, terra que adoro, onde tenho amigos e que me trás sempre recordações fantásticas. Já não passava lá há mais de uma ano. Aliás, acho que nunca estive tanto tempo sem lá ir! Não fui nem no Verão, nem no S. Martinho…e lá fui jantar ao Central, tarde, já depois das 10 da noite e cheia de fome, que é como se tem de estar quando se vai comer sopa de pedra e o bife!!!
O Central está diferente, Na minha opinião perdeu carisma…”aburguesou-se”, faz parte dos roteiros gastronómicos e resolveu “ceder” aos ditames da moda…e da ASAE! Os cortinados deixaram de ser floridos e berrantes, para serem de um discreto cinza com brocados (!) e o pão passou a ser servido embalado individualmente!!! Vá lá que a comida continua a mesma e o café também não mudou!
Já tarde na noite, continuei para a minha mais recente paixão em termos de terras: Castelo de Vide!
As paixões, por definição, são arrebatadas e a minha paixão por esta terra é assim mesmo, ARREBATADA! De tal forma que, num acto impulsivo ( e de loucura, dirão alguns…), há pouco mais de um ano, comprei lá um moinho, lindo de morrer e com uma eira absolutamente fabulosa com vistas para o Castelo. Deixo-vos com uma imagem e com a promessa de, um destes dias, voltar ao tema!

 

 

 

 

 


Março 11 2009

Tenho de admitir que, almoçar diariamente com uma vista assim, não é sorte que calhe a todos!

publicado por Cristina às 13:36

Março 05 2009

Quase três meses após ter saído, o S.C. chegou de Moçambique!

Ainda só falamos por telefone, por isso ainda não  deu para "matar" as saudades que tenho da minha terra natal.

Lá terei que esperar por segunda-feira...

publicado por Cristina às 17:56

Março 03 2009

Hoje vou dar início a um tema que me é muito querido: as minhas terras.

Se é certo que todos temos uma terra que nos viu nascer e na qual crescemos, à qual estão ligadas as memórias de infância e onde consideramos estarem as nossas origens e referências eu, como não podia deixar de ser, sou diferente e tenho não uma, nem duas, mas três terras que marcaram de forma profunda os meus primeiros anos de vida.
Começo pelo fim, pela última terra. Pela terra onde cresci, onde vivi mais tempo e à qual regressei há poucos anos. E começo por uma apresentação absolutamente formal, com a descrição das armas da cidade de Esposende.
 

 

 

Brasão: escudo de azul, imagem de Santa Maria dos Anjos vestida de branco, com manto esvoaçante a azul, todo o vulto nimbado de ouro e acompanhado de cinco estrelas do mesmo em auréola. Em ponta, um navio de três mastros de negro vestido e realçado a prata, encordoado de negro, vogante sobre um pé de água de prata. Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas «ESPOSENDE».

Brasão: esc
publicado por Cristina às 14:45

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