Tabula Rasa

Fevereiro 16 2009

 

 

 

Este fim de semana foi muito complicado em termos de tráfico aéreo...foram cupidos a disparar flechas certeiras para todos os lados e foram as cegonhas numa correria a entregar Bebés!!!

Como resultado deste "trânsito alado", chegaram o Manel (no Sábado) e a Marta (no Domingo).

Aos dois, desejo uma vida longa e Feliz.

Aos papás Paulo & Sílvia e Mário & Eliana, um grande beijo de Parabéns!

 

publicado por Cristina às 12:39
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Fevereiro 16 2009

 

 

 

Vítor Oliveira Jorge, Professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Arqueólogo e Poeta, pessoa que muito admiro e por quem nutro verdadeira estima e consideração, foi o vencedor do Concurso de Textos de Amor do Museu Nacional da Imprensa, com um poema intitulado “Margem”.
A escolha feita pelo júri resultou da análise de mais de 300 textos enviados para a oitava edição do concurso que aquele museu promove desde 2001, no intuito de estimular a escrita lírica portuguesa.

Reproduz-se aqui, com a devida vénia, o poema vencedor.

Parabéns ao Professor Vítor e à Professora Susana, a sua musa inspiradora.

 

MARGEM


Dantes, quando pousavas
Em qualquer beira, como pássaro
Magnífico;
E o teu corpo, os seus poros,
Atraíam as ondas,
Os uivos litorais dos bandos;

Dantes, quando era possível
Cantar uma ária inteira
Caminhando sempre na mesma praia Sem vir ninguém,

A não ser o inverno, as suas Grandes ondas gordas, azuis, paradas;

E as rochas em que te sentavas
Em risco de rasgar a pele nas asperezas,
Eram também azuis;

E o teu olhar puxava a camisola para baixo,
Como se fingisses proteger-te da nudez
Perante um eu, um mim, que de facto
Acalentavas já dentro de ti.
Dantes, quando eu olhava os teus pés
Como um sinal da fragilidade em que assentava
Toda a tua arquitectura,

E te dizia:
É bom que eu os veja já com saudade,
Para não ser mais tarde surpreendido;
E mais tarde apenas me repetir
Quando te vir de novo pousar sobre a falésia
Como um pássaro, para me visitares

E, tal como hoje, não me dizeres nada:

Porque, contra tudo o que seria de esperar
Me possuis, e a tua presença bate aqui -
Como uma maresia distante, como uma praia
À noite, para um cego que não sabe
O que vai acontecer,

Mas no entanto caminha
Na aspereza das rochas,

Fascinado pelo iodo, pelo ruído
De um outro mundo Que vem dar a este limite:

O tacto, as nádegas sobre a rocha.
Esse conhecimento.


voj 2008
para a susana

 

(in CASA DAS MÁQUINAS, Porto, Papiro Editora, 2008)

publicado por Cristina às 11:27

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